terça-feira, 22 de julho de 2008

RIO DE JANEIRO

( CD DO MAG)


Mais uma vez, não estou afim de escrever muito aqui. Até gostaria de escrever sobre a letra e o cantor dessa música, pois acho sensacional. Mag é um cantor de muito respeito dentro do Rap e do Hip-hop. Ele desenvolveu um tipo de rap que não é cansativo, pois não faz muitas críticas sociais repetitivas e aborda diversos temas, incluindo esportes radicais, pegas, carros, motos e mulheres mercenárias. A questão da crítica social não é ruim de ouvir e refletir, mas tem se tornado uma questão muito repetitiva, pois todo rapper aborda as mesmas questões, fazendo com que pareça que o Rap é sempre a mesma coisa, o que não é uma verdade. Os Racionais Mc's são pioneiros no rap de reivindicação social no Brasil. Eles conquistaram essa quantidade de fãs imensa através de suas letras muito bem feitas, as quais misturam conhecimentos históricos e mais outros tipos de conhecimento em outros ramos com a crítica em geral da sociedade e dos serviços sociais. A partir deles, muitos rappers e grupos de rappers surgiram, sempre abordando o mesmo tema abordado pelos Racionais em suas inúmeras músicas.

Vou disponibilizar aqui embaixo a letra da música RIO DE JANEIRO do Mag que, na minha opinião, é uma das melhores músicas de rap e hip-hop que já ouvi na minha vida.

RIO DE JANEIRO
(MAG)

Quase dez horas
O sol bateu na cara
Moto, bronze, as mina, praia
Pega um bonde com os irmão e vem pra cá
Pega umas nota de 1 real "procê" gasta

Parceiro, sente o cheiro
A brisa é foda, hip-hop é o som(éh, ta na moda)
Só na humildade, vem pra cá que aqui tem
Preta, morena, loira também

Cai pra cima, ta tudo liberado
Se souber chegar, é respeitado
Faço sem sete, sem história
Deixa pra Jesus e pra Deus toda glória

Lá pelas 9 os maluco vão partir
Tomá uma ducha, e aí vamos sair
Sem treta vai, sorriso no rosto
Corrente de ouro no pescoço

Da linha amarela, até a riosampa
Eu vejo vagabundo, feliz a pampa
As cachorra, de calça colada
Pedindo só no olhar, pra ser azarada

O meu celular, não pára de tocar
Alô, e aí princesa, pode falar
É claro, aham, já to chegando
Não, num to sozinho, eu to com mais dois manos
Não, dez horas não, lah pelas dez e meia
Não vai só proce vê, vai, que a coisa fica feia

Pode entrar, e daí, ve se presta atenção
Eu te amo, mas não, não desacredita não
Na avenida Brasil, a 220 sem capacete
Morrer morreu, só no limite
Tem blitz lá na frente, aí fudeu
Se não desenrolar, você perdeu

REFRÃO:
Rio de Janeiro, só no limite
Na avenida Brasil, a 220
Tem blitz lá na frente, aí fudeu
Se não desenrolar, você perdeu

Posto de gasolina, loja de conveniência
Os mano fumando(hã), vai da consciência
Tem mano que cheira, cada um, cada um
Tem mano que sonha, com TT, R1

Capa de revista, sonha em ser artista
Assim pra mim ta bom, eu prefiro é ser da pista
Meu estilo é calça larga, toca preta
Sou da paz, não meche não quero treta

Eu só quero curtir, só quero diversão
Deixa a fama pra quem ta, na televisão
Aplica, plica, bomba, mata
Eu vou fazer o que? Não posso ficar na capa

Carnaval, tem natal, tem reveillon
Mulher não quer saber, se você é sangue bom
Depende do carro, depende da moto
Se for na área VIP, ta bem na foto

É LOTO, as vezes dá, as vezes não
Mas se tiver a pé, fica na mão
Já são quase meia-noite, vou pra via show
Sente só o clima, sente só o som

Tem gente de tudo, quanto é jeito, estilo
Com ouro e com prata eu também brilho e desfilo
Figurino diferente, Click, cleck
Glock na cintura, desculpa eu sou do rap

Não mecho com ninguém, é só por segurança
Eu vou cair pra Curicica que minha noite é uma criança
De 900 é tão rápida aqui
Dois roncos na pista e ja desapareci

Cabo frio, arraial, final de semana
Chama aqui, chama alí, aí, leva a Luciana
Eu não tenho sobrando, mas eu não fico por baixo
Vou pela Serra, pra não pagar pedágio

REFRÃO

IPVA atrasado, farol apagado
A 180 na Dutra, sorte o radar ta quebrado
Ta tudo parado, vou pelo corredor
Placa pro alto, sente o ronco do motor

Parece até cinema, sente só o clima
Joga uma pra baixo e joga cinco pra cima
Chega no baile vagabunda perde a linha
Pergunta "de quem é a moto?", respondo "é minha"

Você só tem valor, pelo que você tem
500, 600, 1100
Não interessa de onde é, ou de onde veio
Leblon, São Conrrado, Barra, Recreio

Funk é bom, mas hoje eu prefiro hip-hop
50 cent, Ja Rule ta no top
Para na quadra, que tem street ball
Enterrada e as mina, tomando um sol

Boto o som pra bomba, vai chove de carreta
Boto os carro pra cá, sente a pressão da corneta
Joga pro alto, empina, talento e talento
Você não vai me guincha, eu vazo pelo acostamento

Em 2 segundos eu chego a 100, em 4 a 200
É que não tem mais motor, se não zerava a 300
Você não bota uma fé, sabe que eu sou destemido
Estilo Zorro do asfalto, rap estilo bandido

Não tem preconceito, na minha garupa
Monta patricinha, senta prostituta
Na agenda telefonica, tem mais de 100
Não sei qualé que é, eu vou confiar em quem?

Deca, winstrol, durateston, testex
A fórmula mágica pra você ficar mais sex
Um ciclo, lipostabil, implante, silicone
Vale tudo na noite pra ela conquistar um homem

Amanhã de manhã é posto 10, Recreio
Mulher a vontade, to lá no meio
Eu vou fazer o que, se o mundo é dinheiro?
Eu vou fazer o que, se isso é o Rio de Janeiro?

REFRÃO

Um comentário:

Marcella Alonso disse...

não vou mentir; comecei a ler, mas é muito grande, aí perdi a paciencia (:
mas pelo que eu vi no começa é uma musica muito legal. diz mesmo como é tudo aqui.
não curto muito rap não mas tá tranquilo. sou mais um pagodinho (:
beeeeijos